JOSÉ CORRÊA DA SILVA JÚNIOR

Nasceu na cidade do Pilar, Alagoas, Brasil, a 22 de janeiro de 1893.
Conclui ali, seus estudos primários, transportando-se depois para Maceió, onde estudou no Colégio 15 de Março e no Liceu Alagoano. E, 1910 foi nomeado para os Correios, obtendo mais tarde a sua transferência para São Paulo. Na capital bandeirante se firmou: foi secretário do prefeito Pires do Rio, que o nomeou escriturário da Prefeitura Municipal, onde exerceu por algum tempo.

Bacharel em Direito pela Faculdade de São Paulo. Iniciou a sua vida jornalística em Santos, no “Comércio de Santos”; depois, nos seguintes jornais da capital paulista: “Folha da Noite”, “O Combate”, “A Capital” e, finalmente, na “A Gazeta”.
Publicou: “Rezas Proibidas”, “Dona do meu silêncio” (menção honrosa da Academia Brasileira de Letras”); “Conselhos aos namorados”, “Poesias infantis” (antologia), “Poemas minúsculos” e “Canaigas de quem te quer”, e outros, àquela época, ainda inéditos.

AVELAR, Romeu de.  Coletânea de poetas alagoanos.  Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959.  286 p.  ilus.  15,5x23 cm.  Exemplar encadernado.  Bibl. Antonio Miranda

 

                A CANÇÃO INGLÓRIA

Dizer que te amo, ainda é pouco!
É mais que amor, acredita,
Este sonho, ardente e louco,
Que no peito palpita.

Paixão tão alta e vibrante,
Que nenhum ver a traduz,
Sinto-a em tudo: a todo instante,
Enche-me os olhos de luz!

—Mais que amor: sêde incontida, 

       Delírio insano... desejo
De prender a minha vida
Na chama em flor do teu beijo.

E neste anseio fremente,
Neste sonho enganador
Se resume, tristemente,
A glória do meu amor.

 

       VELHAS TROVAS

És a mais louca roseira
Que encontrei pelos caminhos:
—A quem te fere, dás rosas!
—A quem te quer, dás espinhos!

       Quem mal da vida disser,
pode crer que fala à toa;
Que a vida é como a mulher:
Mesmo ferindo, ainda é boa!

       Há no céu milhões de estrelas
Mortas de inveja e pesar:
Que até no céu corre a fama
Do encanto do teu olhar.

 

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Página publicada em junho de 2021